Ainda não sabemos como será o mundo pós-pandemia, mas podemos afirmar que a tecnologia está transformando o que sabemos sobre ele em termos de vida, hábitos e negócios.
A Pandemia, contudo, não pode ser vista como um evento isolado e pontual, na qualidade de responsável pela exigência de digitalização imediata de negócios e serviços, mas como um catalisador que, apenas e tão somente, antecipou uma consequência inevitável da exponencialidade da tecnologia: a rápida obsolescência de produtos, serviços, dos modelos de negócios, hábitos e costumes.
Qualquer que seja o setor, o maior desafio de todo negócio agora é conseguir evoluir o atual modelo de negócios de acordo com essa métrica de evolução tecnológica e, consequentemente, social.
Não há como negar: a adoção de uma filosofia de inovação constante e um time especializado multidisciplinar para tanto é o que irá manter seu negócio vivo e interessante.
Se não há inovação, muito provavelmente outros tomarão o seu lugar.
Foi o que aconteceu com várias organizações que dominaram o mercado no passado, mas sucumbiram por não inovarem em seus produtos e serviços.
Um exemplo clássico é o da Kodak. A famosa empresa chegou a ter 80% da fatia do mercado na venda de câmeras fotográficas, e 90% na venda de filmes fotográficos.
Foi a própria Kodak quem inventou a câmera digital, mas quando seus CEOs previram que isso afetaria a venda dos filmes fotográficos, eles “engavetaram” a tecnologia.
Você pode imaginar o que aconteceu com a Kodak quando as câmeras digitais passaram a ser cobiçadas por todos no início dos anos 2000.
Investir em inovação é a nova regra do jogo e, neste texto, você vai ver alguns motivos para acreditar nisso.
A transformação digital não é mais em passos, mas em saltos
A evolução tecnológica mudou profundamente nossa forma de comunicar, consumir conteúdo e acessar o conhecimento.
O primeiro grande salto veio com a invenção da imprensa, no século XV. O alemão Johannes Gutenberg desenvolveu um sistema mecânico de tipos móveis que permitiu a produção em massa de livros impressos.
Manuscritos que levavam anos para serem concluídos passaram a ser produzidos em 1 semana.
Séculos mais tarde, com o computador pessoal e a massificação do acesso à internet, a circulação de ideias se tornou ilimitada e sem fronteiras geográficas.
Atualmente, na tela do seu smartphone, você pode ter acesso a qualquer tipo de conhecimento ou obra já produzida no planeta, com versões disponíveis em texto, áudio ou vídeo.
De fato, temos, hoje, mais informações na palma da mão do que o presidente dos Estados Unidos tinha há 10 anos atrás.
Além disso, você pode encontrar uma infinidade de serviços, que vão desde um advogado online a um curador pessoal de conteúdo, e oferecer os seus próprios serviços também com um alcance sem precedentes.
“O homem cria a ferramenta. A ferramenta recria o homem.”
Essa é uma frase atribuída a Marshall Mcluhan, considerado um visionário por prever os fenômenos sociais e filosóficos gerados pelos computadores antes mesmo de a internet ser inventada.
E ele estava certo em seus estudos.
Conseguimos criar diversas ferramentas que nos auxiliam e tornam a vida melhor, mas essas mesmas ferramentas foram capazes de mudar completamente os nossos hábitos e estilo de vida.
Quem diria que, por meio de um aplicativo, seria possível buscar por motoristas com base na sua localização?
A transformação digital causada pela Uber é tão impactante que o sonho de comprar um carro pelos jovens perde espaço e propósito, sendo facilmente substituído pelo investimento em uma experiência de valor, tal qual uma viagem ou um curso.
A Inteligência Artificial é um dos grandes paradigmas de toda essa evolução, e já considerada praticamente indissociável de todo e qualquer negócio.
Imagine, agora, o impacto que a rede 5G irá causar na sociedade, trazendo consigo a Internet das Coisas (IoT) para o nosso dia a dia, juntamente com a popularização da impressão 3D, entre tantas outras tecnologias.
O campo para inovação é amplo e muito fértil.
A liderança é bem mais nova agora
A velocidade do conhecimento mudou, e essa é a primeira geração da espécie humana em que os mais jovens têm mais domínio sobre as ferramentas tecnológicas que os mais velhos.
Provavelmente quem assumiu uma das áreas mais importantes da sua empresa, o marketing, foi algum jovem talento.
Os processos de aquisição e desenvolvimento de colaboradores devem se abrir para uma nova mentalidade, que não foca em diplomas apenas, mas em habilidades.
A diversidade abrange não apenas gênero, raça e etnia, mas o conjunto de experiências, pensamentos, antecedentes, educação e habilidades, todos trabalhando para melhorar as capacidades em solucionar desafios novos e únicos.
“Somente os paranóicos sobrevivem”
Esse é o título do livro do então CEO da Intel, Andrew Grove. Grove retrata que as empresas devem estar constantemente alertas para mudanças inesperadas, e tem que, muito rapidamente, se adaptar ou simplesmente irão desaparecer.
Na empresa de Mark Zuckerberg, o Facebook, existe um “pequeno livro vermelho” que todos os novos funcionários recebem. O livro fala da história e da cultura do Facebook e começou a ser distribuído internamente depois de a rede social ter atingido o marco de 1 bilhão de utilizadores, em 2012.
Segundo relatos de pessoas que já trabalharam lá, uma das frases que estão no livro diz que:
“Se não criarmos aquilo que vai matar o Facebook, alguém irá”
Abraçar as mudanças não é suficiente. No mundo da internet, coisas que não se mantêm relevantes não têm nem o luxo de deixar ruínas. Elas simplesmente desaparecem. Caem no esquecimento.
Ficar inerte frente às mudanças significa deixar que a ruptura digital venha por outra empresa ou startup. A transformação das demandas do próprio mercado te colocarão em segundo plano ou simplesmente fora dele.
É necessário se reinventar continuamente
Como você pôde ler neste texto, a Kodak perdeu espaço para as câmeras digitais, e, estas, para os smartphones, os quais carregam consigo equipamentos fotográficos cada vez mais desenvolvidos e práticos.
Qual será o substituto do celular? Um smartwatch? Óculos com realidade virtual? Lente de contato com sistema integrado? Um chip neural, que, aliás, já existe!?
Isso é exponencialidade e disrupção, a qual não se aplica apenas para produtos.
Vejam o exemplo dos grandes bancos, que estão tendo que se mover com rapidez em direção ao digital para não perder espaço para as fintechs.
Dominar um mercado não coloca a sua empresa numa posição de conforto permanente.
É preciso se reinventar e inovar sempre. O período de obsolescência de habilidades, produtos, serviços, meios de produção, comunicação, etc, está cada vez menor, tornando as equipes e processos de inovação pilares de qualquer negócio.
Conclusão
A tecnologia faz e fará parte de cada processo, serviço ou produto fornecido por qualquer empresa. O início desta transformação é ter claramente uma visão de futuro.
Como você vê o seu negócio daqui a 3 anos? Provavelmente em um cenário bem diferente do de hoje, não é verdade?
Aliás, se você ou o seu negócio não inovar, certamente deixará de ser relevante, senão desnecessário.
Traga essa visão para sua vida, seu negócio e desenhe seu processo de criar o futuro delineado neste cenário. Muitas possibilidades podem se abrir assim que o seu negócio estiver preparado para aproveitar o máximo do ambiente digital, inovador e disruptivo.
O futuro chegou e o que pensávamos que levaria anos para acontecer está acontecendo agora. Amanhã será diferente. Daqui a seis meses mais ainda.
A transformação digital é uma jornada contínua e o seu negócio deve estar preparado para acompanhar cada ciclo.